Jovens do Morro se mobilizam contra homofobia

Evento chama atenção para os crimes contra homossexuais em Recife

Adriana Amâncio
 

Dia 21, o Morro da Conceição será o Morro contra a Homofobia. Nesta data, jovens do grupo Quebra Kabeça realizam mais uma edição do evento Sexta na Praça e, desta vez, chamam atenção para a homofobia e os assassinatos de homossexuais em Recife. Recentemente a comunidade perdeu um dos integrantes da quadrilha Junina Tradição, o transexual Lorena Layala. A vítima, de 27 anos, foi encontrada morta, às margens da PE22, em Paulista, no Grande Recife, no último dia 13. Segundo Marilia Santos, integrante do Quebra Kabeça, assim como Lorena, muitos homossexuais são vítimas de crimes de ódio em Pernambuco. “Muitos homossexuais são vítimas de crimes motivados pela homofobia. Além disso, no dia a dia, milhares de pessoas sofrem diversas formas de violência por causa da sua orientação sexual”, alerta a jovem.
De acordo com dados do Fórum LGBT de Pernambuco, só este ano, 89 homossexuais foram assassinados no Estado. De acordo com lideranças do Fórum, os dados são subnotificados, pois a contagem é feita a partir das notícias divulgadas pela mídia. Para defender a diversidade, a Sexta na Praça contará com várias atrações culturais. Apresentam-se no evento, os grupos Coco Virado, Mestre Reizinho e a Tribo de Raiz, a banda de reggae Estado Civil, o balé Multicultural do Recife dentre outras atrações. A noite terá ainda apresentações de drag queens e show de transformistas.
A mobilização reivindica o respeito à livre orientação sexual e a aplicação da lei municipal 16.780, que criminaliza o preconceito contra gays, transexuais e transgêneros. A legislação completa 10 anos em 2012. “Pernambuco é o sexto estado no Brasil onde mais se matam homossexuais. Isto é um absurdo! Uma falta de respeito aos Direitos Humanos”, indigna-se Marília. A Sexta na Praça acontece na Praça do Morro da Conceição, às 19h.

Experiência que deu certo

O CCJ (Centro de Comunicação e Juventude do Recife) foi planejado no ano de 2006. A ideia inicial era que fosse um projeto piloto que pudesse causa grandes mudanças na vida de jovens de comunidades populares de Recife. O CCJ tem por sua essência um caráter de coletividade desde sua proposta inicial, pois, foi construído diante de alguns valores sócias preza...

ndo pelo COLETIVO. Logo foi idealizado por pessoas e entidades comprometidas com o social e que acreditam na FORÇA da juventude. Que a juventude não é isso que está posto nas MÍDIAS televisa nos programas sensacionalistas. Juventude é força, coragem e atitude! Que a juventude pode sair desse lugar de “coitadinho, carente de comunidade pobre” discurso discriminatório e assistencialista que não pensa a juventude enquanto sujeitos de Direitos em sua cidadania, em sua capacidade de ser o ator principal e agente de sua história. Um dos seus pilares é o principio da Educação Popular que preza o aprendizado de maneira lúdica através da vivencia, experiência e o sentir. Relacionando ao exercício da busca da cidadania, respeitado cada um/a em suas experiências de vida. Uma educação participativa onde existe uma relação entre Educador/a e Educando. “Não há saber mais ou menos: Há saberes diferentes” Paulo Freire. Em 2007 dar se inicio a primeira turma do CCJ com oficinas de Web design, Vídeo e Fotografia. Que sua primeira sede era localizado na Comunidade de Casa Amarela, por lá passaram jovens de diversas Comunidades de Recife. CCJ é um grande diferencial tanto para as comunidades quanto para a cidade. E por quê? Porque lá o/a jovem tem vez e voz sua opinião é respeitada, lá o/a jovem se descobre enquanto pessoa e sujeito de Direitos e ou sujeitos políticos. Sua identidade é respeitada, lá não existem estereótipos nem rótulos como os jovens devem ser. Lá existe uma diversidade de comunidades, de pessoas que se respeitam e que acreditam que a mudança pode vim através da comunicação com as linguagens de web, fotografia e vídeo. Atualmente está localizado na comunidade de Peixinhos: Av. Presidente Kennedy, n.250.
O CCJ mudou minha vida, meus pensamentos, me proporcionou conhecer outras pessoas e comunidades diferentes, me proporcionou ir à busca do que Tinha como sonho uma utopia (que às vezes parece inatingível). Me proporcionou vários momentos de crescimento e reflexão como sujeito político de Direitos. Me proporcionou a vivência e sentir a vida como Educadora de Vídeo. Me proporcionou a essência da COLETIVIDADE! Que o crescer juntos fortalece, mas a luta nessa sociedade que oprime e desvaloriza o saber da JUVENTUDE é com muita emoção e sentimentos que coloco nessas breves palavras o Convite a todos/as jovens para participarem do CCJ! Pois tenho certeza que não será, mas o mesmo/a depois do CCJ.

Marília Gabriela Santos
Estudante de Serviço Social e Integrante do Grupo Quebra Kabeça

Jovens lutam contra o aumento de passagem de Recife


O ano começa com muito desrespeito aos jovens estudantes do Recife, que lutam por direitos. O dia foi bastante tenso na passeata contra o aumento de passagem, no primeiro ato do protesto que foi regado aos bombardeios e gases de pimenta. Porém não foi diferente no segundo ato novamente se repete a ação de pura violência e abuso de força para com estudantes. Mas os estudantes entregaram rosas, mas isso ninguém viu na telinha das emissoras.   
Há muito falam em democracia. Mas que raio de democracia é essa?  Que oprime as pessoas e violam os seus direitos? A partir dessas insatisfações, surgem vários questionamentos: Para que serve a forças policiais e o Estado? O que podem ser os direitos? Estudante é bandido?
Nos nossos recursos, podem  mexer. Mas protestar? NÃO! Agora, só temos que acatar as decisões "superiores" e pronto. O nosso salário é algo absurdo diante das condições de trabalho... E digo mais: Representantes escolhido por nós mesmos são os principais responsáveis por essa e outras situações. Enquanto isso, "tá tudo certo", a corrupção está banalizada. Do outro lado, os estudantes, que querem o justo, ficaram cercados pelos policias na Faculdade de Direito, isso é o quê? Ordem pública? Abuso de poder? O quê?
São apenas estudantes, não são bandidos. Infelizmente, o estudante no nosso país, é visto como baderneiros. Em sua grande maioria, são jovens comprometidos com os direitos sociais e políticos. Juventude é sinonimo de mudança, força e coragem. Muito do que temos hoje, no sentido de organização social e a pouca democracia, se deve a coragem da juventude. Foram as organizações juvenis que foram às ruas enfrentar a repressão da ditadura. Muitos morreram, foram forçados a fugir, e todos maltratados justamente POR QUÊ?  Estavam lutando pela garantia de direitos. 
Acreditamos na juventude. Mas, enquanto o Estado não acreditar e não respeitar essa força fica difícil construir justiça.  
Jovem, o importante é saber que já estamos vivendo nossa cidadania ativa.
Marília Gabriela 

Ah, agora as eleições estão vindo por aí. Queremos ver políticos falando de suas vidas, dizendo que participou ativamente na sociedade, e inclusive de MOVIMENTO ESTUDANTIL. Onde estão agora?
Chega de repressão! Só estamos lutando por direitos!
        Mas agora não pode tanta lei pra quê? A TV ainda denigre a imagem dos estudantes! Cadê a livre expressão ou estamos na ditadura contemporânea.

Aprendi a acreditar nessa força, me mostraram e me incentivaram que somos capazes. Muitos jovens são apenas números no sentido negativo, quantos jovens fazem parte dessa margem e quantos já se foram? Quantos são vitimas de violência? Agora querem calar essa juventude que luta?

Marília Gabriela


Por Caíque Rago e Marília Gabriela

Jovens Pelo Direito á Cidade

Oficina de Fotografia

No dia 14 de abril cinco jovens e o educador da oficina de fotografia, do Centro de Comunicação e Juventude do Recife, saíram para uma atividade externa na comunidade peixinhos no nascedouro, antigo matadouro, para exercitar a fotografia em Pinhole. Uma técnica usada manualmente que parte do principio da câmera escura, utilizando uma lata pintada dentro de preto, papel fotográfico, papel luminado, prego, fita isolante e alfinete para sua construção.
Os mesmo saíram com cinco máquinas, com intuito de fotografar vários tipos de paisagens, cada um/uma com um olhar diferente para a comunidade de peixinhos.
Durante uma boa parte da atividade os dois jovens que moram na comunidade, foi explicando objetivamente um pouco da história do matadouro.
O matadouro no passado era utilizado para matar bois, atualmente o mesmo é considerado Patrimônio histórico e cultural da cidade de Olinda. Além do mais, no Nascedouro acontece vários tipos de atividades sócio-educativas e culturais, nesse espaço que foi reaproveitado porém, não esquecendo que existe um grande balcão abandonado pela sociedade e governo.
As drogas e a violência vem tomando conta de toda essa área, pois é muito triste quando os jovens nos conta essa problemática existente lá que poucos enxergam. Já chegando ao término da atividade, nos deparamos com uma cena de abordagem policial, que foi absurda!
Bem na hora que nosso educador iria tirar uma foto, um carro da policia civil chegou no local passando bem próximo dele, desceram do carro, com a arma na mão e nos abordaram, pedindo para que todos lá presente no momento virassem de costa, colocassem a mão na cabeça e abrisse as pernas, isso foi terrível!
Graças a Deus, nosso educador se identificou contando o que nosso grupo estava fazendo lá, e de onde eramos, então os policiais disseram que poderíamos continuar nosso trabalho. Esse é o cenário que vivemos em nossos bairros cotidianamente cercados por policias mal preparados para enfrentar a violência urbana e social tornando nós cidadãos e cidadãs vítimas desse cenário.
Ewerton Antonio
Deixo uma reflexão para todos os jovens, seja sempre o protagonista de sua história, seja uma história de guerra e luta para enfrentar a desigualdade social.
Por
Ewerton Antonio
Marília Gabriela

ewertonpcm@gmail.com
mariliagabix@yahoo.com.br


Redução é solução

Num país onde a desigualdade social é visível qual sua opinião em relação à redução da maior idade penal?
E mais os jovens são os que mais morrem em nosso país e uma pequena porcentagem comente infrações graves. Sendo assim a mídia generaliza a imagem das juventudes e adolescentes tendo como incapazes que não tem responsabilidade, mas que só pensam em curtição com violência. Mas na verdade é medo do poder de transformação e mudança. Portanto a mídia induz a sociedade com seu ponto de vista como a resolução da violência a redução da maior idade penal.

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